Marco Antônio dos Anjos tem 21 anos e mora na Grande Efapi com os pais. Começou a carreira no karatê por causa do pai que era professor e atleta da modalidade em Chapecó. Antonio Rodrigues levava o filho sempre para a academia onde dava aulas de karatê. Ele tinha apenas quatro anos de idade e acompanhava de perto todos os ensinamentos do pai.
"Ele sempre me levava para brincar na academia. Tanto que um dia eu cheguei e disse que queria competir, sem nunca ter treinado e feito uma aula sequer. Meu pai então se surpreendeu com o pedido e me levou para competir quando eu tinha cinco anos de idade. E olha que eu sai campeão de uma competição na cidade de Palmitos", diz Marco Antônio.
A partir da primeira competição, Marco Antônio começou a treinar na academia onde o pai dava as aulas e não parou mais. Em seguida entrou para o projeto "Atleta do Futuro". Depois fez a mudança das aulas para o Complexo Esportivo do Verdão ficando um bom tempo no projeto. Tanto que logo após o aprendizado, ele foi ganhando cada vez mais destaque seja a nível estadual e até nacional.
"Em 2009 me tornei pela primeira vez campeão brasileiro. Depois fui convocado para a Seleção Brasileira de Karatê onde disputei o mundial na Argentina no ano seguinte. Fui campeão do mundo também no país vizinho. Isso sem falar nas 12 vezes que me tornei campeão estadual. Me sinto muito feliz por tudo aquilo que eu sigo conquistando na minha carreira", conclui.
Após as primeiras conquistas, Marco Antônio retornou para a Seleção Brasileira Sub-21 onde também foi campeão sul-americano e pan-americano no Rio de Janeiro. Este foi o momento em que ele pôde ser considerado um profissional de karatê onde acabou também conquistando o título de atleta mais novo a entrar na categoria principal da Seleção Brasileira.
"Depois de toda essa experiência, 2019 talvez tenha sido o ano em que eu fiquei mais longe de casa. Participava de duas seleções de base e também a principal. Foram quase 300 dias longe da minha família, sempre competindo. E a recompensa mais uma vez veio. Em março me tornei campeão Pan-americano sênior por equipes, campeão sul-americano e em maio disputei a liga na Turquia ficando na 12ª colocação", relata.
No final de 2019, Marco Antônio passou pelo momento mais difícil da carreira. Na terceira luta do mundial em Santiago no Chile rompeu o ligamento do joelho. Precisou passar por uma cirurgia ficando nove meses afastado dos tatames. Durante o processo de recuperação, veio a pandemia e a suspensão das competições. Foram quase dois anos entre as fisioterapias e a pandemia até retornar com as atividades.
Agora, Marco Antônio está na cidade de Caucaia no Ceará no Centro de Treinamento da Seleção Brasileira onde no próximo sábado (28) participa de uma competição que reúne os melhores atletas do país que pontua para o ranking nacional e consequentemente dá uma vaga para o mundial em Dubai.
"É uma competição que vai servir para me testar na verdade porque depois da lesão eu nunca mais competi. Todos os atletas do Brasil estão sem competir por causa da pandemia, é uma competição teste pra ver como estou, testar meu joelho, faz tempo que eu não sinto o que é competir. É uma vibe diferente do treino, da competiçã. Nos primeiros dias aqui no Ceará eu sofri bastante com o clima, hoje não sinto mais isso. Estou preparado para voltar aos tatames", finaliza.
